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Construção a beira mar e os efeitos da maresia


As pessoas que moram em regiões litorâneas, estão bem familiarizados com um perigo invisível que destrói estruturas, causa corrosão, mofo, danos nos carros e móveis: a maresia. E por mais que se tenha cuidado, parece ser impossível não sofrer com os danos causados por essa névoa fina que causa tantos prejuízos. De fato, as regiões litorâneas são consideradas um dos ambientes mais agressivos para construção civil e é preciso tomar todo o tipo de cuidado, desde a fase de construção até a manutenção periódicas das edificações ao longo dos anos.
As regiões litorâneas têm níveis de umidade maiores, devido a sua proximidade do mar. A própria condensação natural e o movimento das ondas na praia fazem entrar em suspensão no ar uma névoa de gotículas de água carregadas com diversos sais, chamada de maresia, que é carregada pelo vento e acaba se alojando nas mais diversas superfícies. Alguns materiais são mais suscetíveis do que outros aos efeitos da maresia, mas de modo geral, as superfícies metálicas são as mais afetadas, por causa da corrosão.
Além da corrosão das superfícies metálicas, a maresia também pode causar danos em estruturas de concreto, paredes, telhados, e também em estruturas de madeira. De maneira geral, é preciso entender que a umidade carregada com sais favorece reações químicas perigosas para a grande maioria dos materiais, limitando a sua vida útil e exigindo cuidados ao longo do tempo.
Antes de mais nada, é preciso entender que as reações químicas causadas pela maresia são processos naturais e, por isso, dificilmente será possível estar protegido de forma definitiva. Contudo, é possível tomar algumas medidas para retardar os efeitos da maresia e esses cuidados precisam acontecer de forma diária. O ideal é a ação corretiva, as medidas sejam elaboradas e acompanhadas por profissionais, que estabeleçam um plano de manutenção visando proteger e aumentar a vida útil das estruturas. O que acontece na prática atualmente é a manutenção corretiva, e normalmente acaba saindo mais caro.

Os cuidados tomados durante a fase de construção são os mais eficazes. Isso significa a escolha de materiais mais adequados e que suportem melhor os efeitos da maresia e, também, seguir com atenção as normas técnicas para construção em ambientes litorâneos, principalmente em relação aos parâmetros de cobrimento do concreto, que é a proteção das armaduras de aço. Nas regiões com ambiente mais agressivo, o cobrimento deve ser maior para garantir que as armaduras não acabem ficando expostas. Outro ponto para se ter atenção é que, invariavelmente, o concreto vai apresentar fissuras. Portanto, é preciso ter atenção para certificar que a estrutura esteja preparada para as movimentações naturais de terreno, devido a contração e dilatação. Essas fissuras são aberturas por onde a maresia pode entrar em contato com as armaduras. Além disso, uma boa prática é pensar em revestimentos externos que resistam bem à maresia e que tenham uma manutenção mais fácil, como, por exemplo, pintura eletrostática. 

No caso de imóveis à beira mar já construídos também é possível tomar medidas eficazes para prevenir a corrosão das superfícies devido ao ataque da maresia, e a primeira delas é pensar na substituição de superfícies externas de ferro por outros materiais mais resistentes à corrosão, como por exemplo madeira, PVC e alumínio. A madeira, por ser matéria orgânica, precisa ser devidamente protegida e, quando são usados bons produtos, pode durar por décadas, assim como o alumínio. As estruturas de PVC são ainda mais resistentes, sendo necessária apenas uma limpeza superficial periódica.  Em relação a revestimentos externos, as melhores escolhas são as cerâmicas e as pedras que são menos suscetíveis à corrosão e tem um poder de oxidação bem menor. Porém, a argamassa utilizada para assentamento tende a ser mais afetada. Lembre-se sempre de optar por cerâmicas com acabamento fosco para áreas externas. Em relação a tintas, escolha preferencialmente as emborrachadas e com base elastomérica.


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